quarta-feira, 1 de julho de 2009

Um passo certo com o tênis certo


A foto ficou boa, né? Se não gostou, por favor... Minta! Eu até coloquei umas pétalas de flor pra ela ficar bem enfeitada e colorida! Isso tudo porque esta é uma postagem de celebração! Eu tenho vários motivos pra comemorar, e quem me conhece sabe que eu extrapolo na gayzice quando estou feliz. Ah... E eu também falo pelos cutuvelos! Então “senta que lá vem história” (imagine uma espiral de preto e branco rodando no seu monitor):

Em outubro do ano passado o Rinoceronte Diamarante, mais conhecido como Pop, me presenteou com esse tênis da foto: Um rainha VL-2500. O novo vício (leia: moda) do Ibyanga era utilizar essa peste de tênis. Eu era um dos únicos que não havia aderido. O fato é que ele apesar de ter uma aderência foda, não amortece bosta nenhuma e eu estava acostumado com meus Olympikus Tube, Mizunos e Asics (não pense que sou rico, tudo é herdado do meu irmão). A absorção deles era assombrosa! Pra ter uma idéia tem um que você até pode colocar umas pastilhas extras de amortecimento... vai ver o tênis é projetado pra saltar de prédio mesmo.

Voltando ao Pop e ao tênis da foto... ele me deu esse tênis de presente. Eu sei que você já leu isso, mas eu quero repetir porque significa muito pra mim. Acontece que eu não conseguia treinar com essa coisa no meu pé. Eu tentava e depois de uns 10 minutos o pé reclamava. Meu calcanhar sofria muito e teve até uma vez que eu bati tão forte que fiquei sem conseguir encostar o pé no chão durante 1 semana.

Toda vez que eu ia pra Maceió eu levava o tênis. Eu queria mostrar pro Pop que eu valorizava o presente e que estava treinando com ele. Tudo mentira... porque quando eu voltava pra Aracaju eu jogava essa bosta pra longe e voltava pros meus amortecedores.

Um dia ele veio pra cá, pegou o tênis em suas mãos, deu graças novamente, e disse: “Que triste... eu dou meu tênis pro cara e ele não usa. Se você não quiser eu pego de volta! Esse solado não tá gasto e isso é sinal de que você não treina com ele”. E era verdade. Afinal, eu só usava o tênis pra enganá-lo e ele não ficar triste.

Aquela época coincidiu com a vinda do idiota do Gustavo pra cá, e como eu já relatei naquele post-carta-de-amor, eu resolvi mudar o modo de encarar meus treinos e impactos. Treinei descalço por um tempo e naturalmente esse tênis se tornou um amigo. Acho que hoje poderia escrever um livro sobre ele. Aprendi lições valiosas como:

- Controlar e confiar no mecanismo natural de absorção de impactos do meu corpo.
- Eu amo meu calcanhar.
- Meu dedão do pé é quem me equilibra no balance.
- Aprender o limite entre o “eu consigo” e o “vale a pena?”.

Quando você o calça a impressão é que colocou uma camada fina de borracha pra proteger seu pé contra vidros e espinhos. Mas somente isso. Você sente cada pedra, cada desnível, cada mudança de terreno e cada dedo tocando o chão. Eu tive que aprender a me livrar daquela superficialidade toda dos tênis fodões e notei de imediato que a falta do conforto reduziu meu nível de “monstruosidades”.

Passei a fazer coisas menos impressionantes e a focar em “besteiras” corriqueiras do treino de qualquer tracer. Eu não fazia mais nada admirável por sua grandeza, mas contabilizava pequenas vitórias em cada precisão de 8 pés amortecida com segurança. Na verdade isso é algo muito monstruoso, eu que antes não dava o devido valor.

O Fred de Salvador quando veio aqui em casa me perguntou: “Você não guarda os seus tênis antigos não? Pois eu guardo. Sinto prazer em lembrar de como cada um deles me ajudou a evoluir e de quanto eu mesmo evolui.”.

Pois esse rainha é o meu primeiro troféu.
EU ACABEI COM ELE, POP!
USEI ATÉ O FINAL!


Sei que você está tão orgulhoso de mim quanto eu mesmo.
Não vejo a hora de comprar outro!

Feliz Aniversário Adriano Pop Diamarante.