domingo, 13 de setembro de 2009

Barriga Verde



Me sinto extremamente idiota por fazer essa postagem no blog, mas... vamos adiante.

Desde o dia 09/09/2009 (quarta passada) o meu corpo não sente o prazer de comer carne. Sim. Me converti ao vegetarianismo. Não pretendo fazer aqui apologia sobre o assunto e nem tenho intenção que outros me sigam. Quero apenas comunicar a minha decisão e acabou.

É incrível como as poucas pessoas que já souberam disso, manifestaram-se de forma agressiva como se eu tivesse puxado uma coxa de galinha de suas bocas! Eu respeito a escolha delas em comer carne e da mesma forma espero que elas respeitem a minha de não fazer o mesmo. Vá questionar a puta que pariu! Livre arbitrio é salvo conduto!

Apesar de ter conhecimento de muitos dos males (e benefícios) que a carne proporciona, me tornei vegetariano por princípios. Estudei bastante nos últimos dias e estou satisfeito com a decisão. Será mais uma batalha a enfrentar e já senti na pele que não é tão fácil.

Fui educado em um mundo altamente carnal e praticamente todas as refeições do meu dia giravam em torno de carne. Nessa semana eu tive que rejeitar o Burguer King que tanto amava, a alcatra que minha mãe assava especialmente pra mim, e todos os pedaços de charque que ela colocou na sopa (que é tradição da sexta-feira desde que eu nasci).

E sinceramente?
Não quero pensar nas outras coisas que não farão mais parte da minha vida.

Por outro lado, durante a semana consumi vegetais que nem sabia existir: conheci uma folhinha verde chamada "couve" que é fora de série! E, nem eu acredito que vou falar isso agora mas... hoje comi uma carne de soja FENOMENAL feita pela minha mãe.

Fim. Acabou o post. Tchau.

Isso aqui é apenas um marco para que, futuramente ao reler essas linhas, eu me recorde de cada decisão importante que me fez quem eu sou.

AHHH!
Ainda em tempo!

Sempre me vangloriei por saber controlar meus instintos muito bem. É sério! Eu tenho uma capacidade enorme para suportar dor; eu aguento não cagar, acho que, durante uns 3 dias (e olha que diariamente, eu vou 3 vezes ao banheiro); e eu consigo fazer o xixi voltar pra bixiga mesmo quando as gotinhas já começaram a sair!

Sempre achei que as pessoas que não largavam vícios por causa de tentação (não estou falando de dependência química) eram fracas de espírito e dignas de pena. Pois é. Chegou a hora de me colocar a prova e ver se realmente tenho uma força mental tão boa quanto acredito e se sou tão digno assim de minha própria admiração.

Ai meu deus que medo!
Pizzaria... sopa de mocotó... coxinha... pastel... churrasco...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Treino do Caba Macho



A maior dificuldade que vejo um iniciante enfrentar no Parkour é a falta de uma condição física que dê suporte a tudo que ele deseja aprender. Acredito que não adianta espírito, garra, ou motivação se você não tem tendões, músculos e articulações para entrar na batalha ao seu lado.

Cerca de quatro meses atrás, senti que meu corpo não estava no ponto que eu precisava para alcançar meus próximos objetivos. Resolvi que era o momento de tomar uma atitude com relação a isso e, então, entrei numa academia. Malhei dois meses e foi uma experiência legal. O trabalho localizado e intenso tornava meu corpo mais forte e eu somente tinha que aprender a reutilizar essa força nos treinos de Parkour. Um dia talvez eu faça uma postagem mais complexa sobre isso, pois foi o suficiente para eu chegar a algumas conclusões.

No entanto, uma questão mais ética do que física martelava em minha cabeça. Sentia que o treino indoor numa academia era não só uma prisão como uma negação dos valores que eu buscava no Parkour. Eu estava condicionando minha evolução física a uma rotina chata, presa a um espaço e a aparelhos, e que retirava toda felicidade que eu sentia quando meus músculos começavam a queimar. É muito diferente você sentir essa sensação quando ela é inesperada do que quando ela é justamente o objetivo.

Acho que o lema “Quer ficar forte para o Parkour? Treine Parkour!” não é uma verdade absoluta. Treinos e rotinas físicas são ótimas ferramentas para evolução e autoconhecimento. Mas, no meu caso, prefiro que isso aconteça longe de uma academia. Por vezes eu me sentia um trapaceiro, já que tenho o objetivo utópico de cada dia ser menos dependente de instituições, pessoas e medicamentos; e a academia era justamente mais uma variável nesse rolo todo.

Em meio a todo essa confusão, fui apresentado à nova loucura do Ibyanga: O Treino do Caba Macho. É uma rotina física pra ajudar nos treinos de Parkour e que, apesar de não ter sido criada com nenhum embasamento cientifico ou biológico, é filhadaputamente útil e eficaz se você for responsável e comprometido.

O treino se encaixou como uma luva em minha, então, atual situação. E assim... é macabro! Muito estressante tanto físico quanto mentalmente! E no meu caso, que o realizo 80% das vezes sozinho, torna-se um fardo ainda pior.

É meio estranho escrever em palavras algo que só sabe quem sente, por isso vou ressaltar alguns pontos aleatoriamente aí em baixo e se tiver vontade de entender do que se trata, faça um teste.

Os dias de braço são assustadoramente mais estressantes que os de perna. Climbar uma vez é fácil. Fazer 50 já pesa um pouco. E logo em seguida fazer 100 puxadonas te destrói! Isso tudo se você já não estiver reclamando do sangue e dos calos abertos nos polegares durante as “puxadonas fechadas”. As flexões são somente 100, mas depois de tudo que você já passou... cada uma pesa uma tonelada! Eu sempre tive uma boa condição física da parte superior, mas terminar o treino de braço é sempre um desafio que se eu pensar duas vezes antes de encarar, eu acho que desisto.

Os de perna começaram como um desafio enorme, mas com o passar do tempo meu corpo se acostumou. É que eu não tinha hábito de correr e o início dele é com no mínimo cinco quilômetros de corrida. A parte mais chata são as 100 precisões, pois como a perna já está “afetada” dá um certo trabalho realizar cada precisão perfeitamente.

Em comum com os dois dias, tem as porras dos abdominais estáticos. São os dois minutos mais sofridos de todo o treino, e embora tudo no momento conspire pra que eu não os complete, sempre eu dou um jeito de tirar força do cu e terminar (fico imaginando músicas alegres e coisa inusitadas).

Estou me estendendo demais e essa postagem era pra ser bem curta. No momento diminuí minha rotina: faço ele somente quatro vezes por semana pra deixar tudo mais equilibrado com os treinos de Parkour.

Ah... a maior dificuldade do treino na maioria das vezes não é somente “chegar ao final”, mas “chegar ao final” sabendo que dentro de 24 horas você estará se fudendo novamente. A preguiça pro treino do outro dia começa ainda durante a execução do que você ainda não terminou... é incrível! HAHAHAHAHAHHHAHAHA

Bjo pro Ítalo (nosso caba-macho-mor), Edi, Aaron (nosso caba-macho gringo), Ricardo Farias, Paulo, Marcelo, os cearenses e todos aqueles que de uma forma ou de outra sofrem comigo.