sexta-feira, 26 de julho de 2013

Eu aprendi o Kaioken!



Desde uns meses para cá, aprendi a dedicar um pouco do meu tempo a arte da meditação. Sempre fui bastante curioso quanto a isso e quais os benefícios reais que ela poderia me trazer.

No início, somente ficava em silêncio (ou ao menos eu tentava, né?). O problema é que minha mente faz tanto barulho quanto uma escola de samba! O método que desenvolvi para me silenciar foi desviar toda a minha atenção para algo único que eu queria ter entendimento e compreender: a origem de um som, a direção do vento, o contato físico que o meu corpo fazia com as superfícies a minha volta e assim por diante. Com o tempo aprendi que eu era capaz de fazer isso mesmo de olho aberto: direcionar minha atenção para o que eu queria, de fato, enxergar.

Nada de pensar no vazio... Nada de imaginar campos... E nem de visualizar cores... Isso não funciona comigo. Os processos de anulação, a meu ver, só funcionam quando você já é bastante experiente em detectar todos os barulhos mentais que seu cérebro gera. Tendo conhecimento deles, de onde eles vem e o efeito que causam, aí sim eu vi que eu seria capaz de aprender a ignorá-los. A atenção exige bastante energia, a desatenção exige liberação. Os dois processos são bastante complicados de se assimilar e eu me demorei bastante neles.

O ponto que quero chegar é que, enfim, eu descobri e desenvolvi uma maneira muito prática de se utilizar o que aprendi com a meditação. Talvez isso tudo pareça loucura a primeira vista. Confesso que para mim esta sendo bem confuso também transmitir as sensações em palavras, mas vou tentar fazer o meu melhor aí embaixo.

Aos poucos, e bem lentamente, eu percebi que meu estado físico e minha sensação de humor e mental eram gerados pelo cérebro e “o barulho” da minha mente. Em exemplo para que fique mais claro: quando você presencia uma injustiça, a raiva que é gerada dentro de você é unicamente gerada por você. Não foi diretamente a injustiça que provocou sua sensação. Foi você. Você continua sendo o mesmo de minutos anteriores, o que muda é a forma como interpreta e encara a informação que recebeu. Dessa forma, esta, unicamente, dentro de você, a chave para se manter centrado, calmo e neutro. Não é errado deixar sua mente multiplicar e fazer surgir suas sensações, mas é previdente e interessante saber que você pode desenvolver certo controle sobre isso.

Não pense que foi fácil, chegar a essas conclusões. Muito pelo contrário. Tive que bater minha cabeça na parede muitas vezes e fiquei furioso e puto em um monte de outras. Mas ao final eu sinto que fui bem recompensado.

Você já se viu em uma situação em que, enquanto estava dormindo, um barulho muito grande te acordou? Se sua sensação for a mesma que a minha, quando isso aconteceu seu corpo saiu do estado de dormência para o ápice de sua atenção. Dá pra sentir, de imediato, o gosto do ar e a textura do chão. Pois agradeça aos seus hormônios. A adrenalina e a serotonina são os principais responsáveis por você adquirir essa rápida resposta de seus sentidos e a rápida avaliação da situação em que se encontra. Tudo em questão de centésimos de segundo.

Se chegou até aqui você deve estar curioso e se perguntando aonde esta a prometida aplicação prática da meditação que eu afirmei ter encontrado... Acalme-se, gafanhoto, e respire fundo. É que eu precisava ter certeza de que tem os dados certos para que eu não seja chamado de louco nos próximos parágrafos (embora não faça nenhuma diferença em mim se isso acontecer).

Eu queria ter algum método de comprovar cientificamente ou biologicamente, mas eu acho que eu aprendi a disparar conscientemente a adrenalina e a serotonina no meu corpo. O fato é que, sempre antes de fazer uma movimentação em que eu esteja um pouco inseguro ou então que tenha um grau de dificuldade elevado, eu aperto um gatilho com minha mente. De imediato meu corpo é invadido por uma onda que amplia meus sentidos, potencializa minha força, canaliza minha atenção e me fornece tudo aquilo que preciso para concluir minha tarefa com êxito. Isso ficou bastante claro e mais evidente nos meus treinos de precisão e cat-leaps. Antes de fazer um que seja arriscado e que me coloque em perigo caso eu falhe, meu corpo sempre oscila bastante e eu me movo muito no mesmo lugar. Quando disparo esse gatilho, automaticamente tudo se clareia e surge uma decisão pronta. Meu cérebro dá um solavanco, minha pupila eu tenho certeza que dilata e a quantidade de oxigênio no meu sangue e músculos aumenta. Eu sinto isso! Ou então eu criei o mais eficiente dos efeitos placebos.

Eu já testei esse sistema de gatilho em outras situações como, por exemplo, cochilo durante um filme. Eu quero assistir o filme, mas estou caindo de sono. Basta disparar meu kaioken e eu estou acordado como se o sono não tivesse existido. É como uma lufada de vento que mandou uma nuvem escura bem pra longe. O mesmo acontece com minha disposição ao levantar da cama. Basta um comando do meu pensamento e voilá! O arrepio e a descarga elétrica percorre o meu corpo inteiro e me deixa “ligado e ativo".

Outro fato interessante é que eu percebi duas coisas:

1 – O efeito é passageiro. Ou seja, ele somente me concede uma janela de alguns segundos sob essa droga. Se eu for fazer dois cat-leaps seguidos e que estejam no limiar de minha explosão, o segundo não terá o “bônus” do meu kaioken.

2 – Existe um intervalo de tempo para eu soltar outro kaioken. E isso é uma coisa que me dá muita raiva porque a sensação é muito boa aí eu tento de novo e fico no vácuo... Quase dá pra ouvir uma risada maligna do meu cérebro dizendo: “Se fudeu otário, tem que encher a barrinha completa se quiser outro”.

Eu tô rindo nesse momento e sem acreditar que eu consegui escrever sobre isso. É quase 5 da manhã e eu estava justamente meditando nesta madrugada quando me veio a ideia de escrever esse processo todo. Eu já estava na cama e tive que disparar meu kaioken para me levantar dela e vir ao computador. Espero que tenha valido a pena.

Eu sou um noviço na arte da meditação, mas se tenho um conselho que posso dar é: reserve sempre um tempo para você e sua mente. Quem sabe você não aprende algo tão legal como aconteceu comigo?

*Kaioken é o nome de uma técnica desenvolvida pelo personagem Goku, da série Dragon Ball, onde ele é capaz de com uma explosão ao seu comando multiplicar o seu nível de luta durante certo período de tempo.

domingo, 21 de julho de 2013

Prudência, minha gente, PRUDÊNCIA!





Vou vender um conselho pra quem treina Parkour: Enquanto estiver treinando, além de sua movimentação procure desenvolver a sua visão (e astúcia) ao máximo para perceber se os obstáculos são frágeis ou não. Só com os olhos.

Tracer, com o tempo, passa a entender de construção quase igual a um mestre de obra: sabe o que é uma viga, uma coluna, o tipo de bloco que sai na mão, aquele que é mais firme... Mas se mesmo assim, só com os olhos, ele não for capaz de chegar a uma conclusão, a saída é uma das duas: Checar fisicamente ou desistir do movimento.
Dois fatos que aconteceram por aqui chamaram minha atenção e me fizeram escrever esse texto. Porém, nesses anos eles já aconteceram outras vezes e tenho certeza de que você que está lendo irá se identificar.

# Acontecimento 01: Um colega de treino, que é pesado e costuma chegar como um meteoro de pégasoo em suas precisões, foi checar COM UM CHUTE se o local de aterrissagem era seguro e acabou quebrando o único local que tínhamos para colocar o pé.

# Acontecimento 02. Um outro parceiro foi testar se o muro estava inteiro, colocou a mão no topo dele, puxou e a pedra de mármore caiu direto em sua cabeça. 6 pontinhos pra aprender a ser ligeiro.

Nos dois casos, provavelmente, eles não conseguiram chegar a conclusão da integridade do obstáculo apenas com os olhos. Eu quero acreditar que foi isso. Mas praticante de Parkour tem sempre a IDEIA IMBECIL de verificar se algo está seguro com voadoras, socos, chutes e pontapés. Minha gente, isso não é checagem; é destruição.

No primeiro caso lá em cima, eu fiquei bastante puto porque a aterrissagem foi destruída porque ele É GORDO E PESADO. Eu que sou magrinho e controlo meus movimentos conseguia fazer a precisão tranquilamente. Ele não fez um favor a todos. Eles fodeu com um local de treino.

No segundo caso, é prudente sim você checar a consistência com a mão. MAS TIRE A CARA, A CABEÇA, O ROSTO E O RESTO DO CORPO DA FRENTE. Se você está querendo ver se o obstáculo quebra, puxando em sua direção, VOCÊ TEM QUE ENTENDER QUE SE ELE QUEBRAR ELE VAI DIRETO NA SUA VENTA, DEMÔNIO!

Do que adianta você treinar com prudência para não se machucar durante os movimentos e cometer uma asnice como essa? Aprenda que a força só deve ser usada quando você tiver um propósito justo e for fazer bom uso dela. Do contrário, não vandalize e não se vandalize.

Você me deve um real.