quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Petróleo de Petrolina


Descobri que meu tempo biológico para atualização do Blog é de 15 em 15 dias. Esse é o período certo onde sempre acontece alguma coisa que fica martelando na minha cabeça e é preciso cuspi-la pra fora dela em palavras. Quando eu ultrapasso esse tempo é porque ou estava emendando uma viagem atrás da outra ou a universidade pegou no pé. O meu atraso recente é devido à combinação dos dois.

Deixando minhas lamentações de lado, eu queria citar um recado que um dia recebi: “É incrível como por qualquer besteira o duddu diz que o mundo dele virou do avesso!”. Não foram essas as exatas palavras, mas o sentido sim. Quem a disse foi o Arthur do PKMAX (Bjo Arteba!) cerca de dois anos atrás. Lembro também que o G1 (Morra, Jean!) deu umas risadinhas de deboche em seguida.

Pra mim, era uma época de aprendizado. Eu havia começado a questionar a atividade que praticava e a me libertar da prisão que a falta de informação me mantinha. Por isso era tão comum eu ser surpreendido por opiniões de pessoas que “abriam meus olhos” para uma realidade que eu nunca havia sequer imaginado. Pensando bem, nessa época eu jamais cogitaria a possibilidade de que esses dois (e tantos outros) pudessem vir a se tornar pessoas amigas.

Três parágrafos de introdução para dizer que eu estou apaixonado pelo Jarbas. Eu acho que eu preciso aprender a resumir, né? HAUHUAHUAHUA! Mas como o Arthur diria: MAIS UMA REVOLUÇÃO! Acho que é por isso que eu não morro de amores por gringo. É que tem tanta gente foda ao meu lado, com quem tenho horrores a aprender, que eu acho desperdício de energia pensar no Brasil afora.

No feriado da páscoa, eu, Jean e o Jarbas fomos modinhar em Salvador. Nos encontramos com o Gustavo, Tchuke, Fallux, Fred e outras pessoas que espero que não fiquem bravas por não citá-las. Minhas recordações do cenário baiano para o parkour não era lá esses chocolates todos, e por isso eu fui mais com a intenção de matar a saudade desse povo todo.

Que surpresa agradável!

O bom trabalho que os baianos têm feito no Costa Azul já rende frutos: eu fiquei impressionado com a quantidade de pessoas treinando seriamente, interessadas em evoluir e trocando experiências a torto e a direita. Aprendi muito com essas pessoas e a empolgação delas serviu como um “novo gás” para os meus treinos em Aracaju. Fui muito bem tratado por todos e espero ter conseguido retribuir o carinho da mesma forma.

Mas e o Jarbas velho?

Mermão... Sei lá o que falar dele! Esse cara tem postagem no orkut desde 2005. E onde diabos ele se escondia? Petrolina deve ser onde a casa da peste fica... Só pode!

Meu primeiro contato com ele foi no último “Encontro Nordestino”, porém eu voltei pra casa com a sensação de “não aproveitei a presença do Jarbas”. Minhas condições físicas e mentais no evento não estavam as melhores e muita da diversão pra mim foi deixada de lado.

Essa viagem tinha esse carater de "resgate". Nossa... e eu acho que resgatei bem! Suguei o máximo de experiência dele que eu pude e é foda velho... o cara mora lá onde nem tem energia e computador ainda... tá... até tem... mas ele é dono de uma fibra e uma força de vontade invejáveis! Quando ele me dizia no msn “acordei hoje às 4 da manhã e treinei até as 6 antes do trabalho” parecia mentira. MAS NÃO É.

A dedicação dele e o zelo pelo parkour são admiráveis. Depois de um ano de treinos em Aracaju eu estava ávido pra conhecer novas pessoas. O Jarbas levou três. Na primeira noite ele disse: “Conhecer e estar aqui com vocês pra mim já valeu a pena a viagem... o que vier é lucro!”. Até parece! Nós fizemos a viagem valer muito mais a pena!

Foram horas de suor ao lado dele... e quando a gente se cansava... açaí pra repor as energias e voltar a treinar! Teve uma hora que eu comecei a rir da imundice que minha roupa tava e quando olhei pro Jarbas ele estava tão sujo quanto! HAAHUHUAHUHUHUHUAHUA! É um espírito de menino que contagia!

No dia em que ele foi embora, ele me acordou às 6 da manhã, me deu a camisa que usava e se despediu. Eu tava meio grogue de sono e voltei a dormir (a gente sempre ia dormir tardão da noite batendo papos). E nesse dia em especial só acordamos ao meio-dia. Quando me levantei olhei pra mim e... CARALHO! EU TÔ VESTIDO COM A CAMISA SUADA DO JARBAS!

Por mais gay que isso pareça, significou muito pra mim. É mais um gigante digno de minha admiração e que eu tenho certeza que ainda renderá ótimos momentos de parceria.

Camisas de parkour eu tenho várias... mas a do Oparra me faz pensar em quanto esse cara suou vestido nela e isso é uma inspiração e um orgulho que eu faço questão de registrar.

sábado, 4 de abril de 2009

Survivors!



Nunca fui muito fã de história. Lembro que na escola de freiras onde tive minha formação básica, o aluno ganhava 2 pontos por comportamento e os 8 pontos restantes eram do resultado da prova escrita. Nessa matéria eu tinha comportamento ZERO e na véspera da prova decorava completamente o capítulo para tirar o meu 6 ou 7.

Uma vez meus colegas contaram isso para a professora e ela disse que se eu citasse a página completa eu nem precisava fazer a prova. Foi o primeiro (e acredito que único) 10 que já tirei nessa matéria. E assim cresci. Passei anos enrolando a mim mesmo e só vim descobrir que essa “merda” valia pra alguma coisa anos depois.

Ainda hoje não consigo transformar os erros dos meus antepassados em acertos para o meu presente. Sou do tipo cabeça-dura que apanha na cara pra depois poder dizer: “ah... agora entendi”.

Os membros do Ibyanga, em sua grande maioria, são mestres no assunto. Ao menos quando querem usá-lo como apoio para as atitudes que tomam. É um tal de socialismo pra lá, democracia pra cá, anarquismo por baixo... Sempre que estamos juntos muita crítica é feita e várias delas fundamentadas em conceitos que não pertencem ao meu vocabulário. Eles me influenciaram a buscar compreender os diversos sistemas de governo existentes e a entender o que nomes como “Che Guevara”, “Rousseau” e “Hitler” querem significar.

Tenho lido cada vez mais sobre o assunto e hoje entendo um pouco melhor porque eles criticam tanto o método de governo brasileiro. O capitalismo encontra-se infiltrado em todas as relações sociais (parkour inclusive) e o conceito do “ter para ser” é evidente até em miudezas de nosso dia a dia. Você sempre se considera superior a alguém por deter algo que julga faltar a ele. Seja um conhecimento, uma habilidade ou um bem material.

A verdade é que eu tenho medo do homem. Tenho medo de não haver limites entre mim e as pessoas e mais medo ainda de que elas não tenham limites perante mim. Regras existem, basicamente, para melhorar o nosso convívio social. E eu lamento o desejo das pessoas que anseiam viver distante de um código de leis.

O ser humano é o mais maluco dos seres. Se o nosso sistema de sociedade não existisse, se hoje o governo caísse, se estivéssemos somente por nossa conta, EU ENTRARIA EM PÂNICO! Toda selvageria humana que é contida pelas regras e leis viria à tona! A propriedade privada cairia de imediato: Seríamos livres para ir aonde quiséssemos, mas reclamaríamos quando nosso espaço fosse invadido. Será que realmente haveria liberdade em um ambiente onde os limites não seriam mais respeitados?

O próximo viveria realmente próximo, e me cago de medo ao pensar no uso que daríamos a essa proximidade. Eu me relaciono super bem com as pessoas, mas preciso que elas mantenham-se em seus lugares para eu me sentir seguro! Numa terra sem lei tudo pode acontecer, principalmente se tratando de gente.

Eu, ao menos no momento, me sinto totalmente incapacitado de lutar em um mundo onde tenha que cruzar o limite de alguém para atingir os meus objetivos. Não tenho dúvidas de que acharia uma forma de “sobreviver”, mas também tenho certeza de que a consciência por cada atitude tomada me faria perceber que não é dessa forma que eu gostaria de "viver".

Eu dependo de cada um de vocês.