A natureza é sábia e possui um processo de seleção natural incrível. Anos de evolução e de adequação ao meio fizeram de nós, seres humanos, estruturas complexas e com características únicas.
O homem, em qualquer momento de nossa história, sempre foi incutido das tarefas mais árduas, da proteção do território, da caça e da competição pela sobrevivência. Já a mulher, preparada para a maternidade, a manutenção do lar, a estruturação das famílias e o sexto sentido para tudo que somos incapazes de perceber. De geração a geração, a natureza distribuiu e lapidou os papéis, os hormônios e as características de cada gênero.
Mas se existe um aprendizado no Parkour que modifica por completo as nossas vidas é a descoberta de que não é porque as coisas foram pré-determinadas para um devido fim que elas sirvam somente para isso. E eis então que as mulheres ganharam força. E aqui me refiro a um sentido específico da palavra ”força”: o abandono à metáfora do salto alto e a luta pela igualdade de representação.
Para chegar à conclusão que almejo preciso apresentar dois personagens fundamentais em nossa história: O Senhor Testosterona e a Dona Estrógeno. O primeiro é o cara responsável pela virilidade masculina, a brabeza, a força, o crescimento muscular e o grito de energia. O segundo provoca o alargamento do quadril, aumento nos seios, definição das curvas e regula a ovulação e o sistema reprodutor feminino.
Analisando de forma um tanto fria, a dicotomia dos hormônios sexuais desfavoreceu o homem quanto à variedade de funções. Pois, embora a mulher possa se vestir de persistência, garra e determinação para tornar-se forte, não existe treinamento algum que conceda ao homem a capacidade de gerar vida.
E onde entram o climb e o planche na parada?
Em meu primeiro treino, eu climbei.
Em meu primeiro treino, eu planchei.
Quantas meninas você conhece que podem dizer o mesmo?
A diferença entre os universos é determinada por nossas valências físicas: Não sou desequilibrado por seios. Não mênstruo. Não sou curvilíneo. E culote pra mim é algo que inexiste!
O climb e o planche foram as grandes modas do universo masculino de 2007/2008. Isso porque ao desembarcarem em nosso mundo automaticamente foram utilizados como ferramenta de separação entre meninos e homens. Você podia não saber correr (que seria o fundamental no Parkour), poderia não saber absorver impactos (que seria fundamental na sua vida), mas se você fosse capaz de climbar reto ou planchar... meu caro... formariam-se filas para bater foto com você e te marcar no facebook depois!
Até hoje os dois são observados em encontros e treinos como cartões de visita. Algumas pessoas insistem ainda em acreditar que os anos de treino que possuem se condensam nessas duas habilidades.
Não acho errado esse pensamento, como um todo. Afinal de contas, todo treino é válido e os dois são catalisadores de potência física brutal. Mas considero prejudicial esse culto à forma, ao definido e ao requisito técnico em detrimento da real força que a movimentação do Parkour pode proporcionar. Conheço pessoas que acham melhor atrasar o percurso para conseguir climbar reto (com direito a pausa para ajeitar o pé e o braço) do que ligar o “foda-se a estética” e seguir o caminho traçado.
Muros e barras deixam de ser obstáculos para se tornarem palco.
Quanto ao mérito do planche, acho tão igual ou pior. Acredito que a intenção dele de início era se tornar uma maneira rápida de sair de baixo da barra/marquise/oquefor e ir pro andar de cima. Acho a preocupação com esse movimento algo exagerado, pois foram mínimas as vezes que precisei dele para complementar um flow. E, como normalmente encontro jeito mais fácil e mais rápido, não é algo que mereça minha atenção em tempo integral: consigo subir, sei fazer, tá bom.
Mas aí então as meninas começaram a climbar e a planchar.
O clímax dos vídeos femininos se tornou o momento em que elas grudam nos muros ou pulam pra segurar uma barra. Algumas vezes a edição tem direito a slow-motion, repetição em multi-ângulo e, se brincar, até empurram a música das olimpíadas pra comover...
Nunca, nós homens, poderemos comparar o esforço de uma subida de muro feminina com a masculina. Não faz coerência. Elas se tornam gigantes mesmo subindo somente 2 metros. E todo mundo sabe que a disputa só é justa quando os adversários se equiparam. Porém, eu não me sinto a vontade em prostituir as explosões físicas no universo do Parkour Feminino.
Traceuses correm atrás do prejuízo todos os dias. A mãe natureza não teve pena em fuder com elas. Mas embora a superação dessa maldição seja sim um troféu, eu só concedo meu respeito por ele uma única vez. Depois disso se torna obrigação.
Eu reconheço que as meninas no Parkour têm que superar inúmeros obstáculos físicos, mentais, emocionais e biológicos. Reconheço também que sou homem e que, embora treine com meninas e acompanhe o desenvolvimento delas, jamais serei capaz de falar com propriedade sobre o assunto. Mas como espectador e praticante da mesma atividade, acho perda de tempo e desperdício de potencial quando vejo suas forças serem quase que exclusivamente focadas a somente uma parcela de todo o chão que ainda precisam correr.
18 comentários:
Falou tudo! O parkour é muito mais abrangente e é triste ver meninas com força pra climbar como um monstro que nao aguentam um flow de 10 metros. Mas como voce tambem disse sobre terem sido grandese modas do universo masculino de 2007/2008, acho que depois passa, e depois é q aparecem os diferenciais de verdade.
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Exatamente Duddu.
Acredito que por ser a nossa maior dificuldade que temos essa vontade de treinar em dobro climb e planche.
Mas o texto falou uma realidade. É o que acontece mesmo.
Eu já te disse o que achei... e blá blá blá... tô furtando o texto para mandar a outras meninas. =P
Interessante e bom.
Mas prefiro questionar essa posição do natural e contrastá-la com social. Levando-se em conta que somos símios as fêmeas serão menos fortes e farão outros movimentos que os machos por causa de seus hormônios?
Culturalmente a o corpo feminino foi tomado como frágil e menos forter que o masculino. Até o aspecto atlético de uma mulher socialmente é tido como masculinizado. Óbvio que gerar é uma atribuição feminina e que este aspecto a torna mais "vulnerável", ou não, na gestação. No entanto questiono o quanto a cultura influencia nessa "fraqueza".
Uma outra pergunta que me faço constantemente é o quanto o parkour tras de autonomia para as traceuses. Socialmente a mulher, ainda, não pode fazer coisas tidas como masculinas será que a força adquiridas nos treinos as torna mais úteis?
Muito bom.
Em treinos com minha namorada, venho tendo boas chances de fazer ela dar um drible nos treinos dispensáveis e passar a sempre seguir em frente, fazendo o seu melhor. Ao invés de dias e dias desistimulantes num movimento único, faço com que ela pare de pensar num ponto como problema, e veja que aquilo que ela fazia com muita concentração, era para ser algo que passava quase sem querer e era praticamente despercebido.
Duddu... temos alguns problemas ai.
No seu primeiro dia, você tinha 7 anos de GO nas costas, normal que ache o Planche o Climb-Up besta. Conto nos dedos quantos novatos vi realizar um Planche ou um Climb-Up seu primeiro treino (apenas 2). Talvez por isso, para você, esses movimentos não signifiquem nada. No entanto, para uma maioria ex-nerd, que começou a treinar sem nenhuma aptidão corporal pode significar uma conquista particular gigantesca.
Natural que praticantes diferentes tenham conquistas semelhantes e reconheçam outros praticantes depois de um Planche ou Climb-Up, pois imaginam que eles tiveram tanto trabalho quanto eles próprios. Isso acontecendo com freqüência e quantidade, NATURALMENTE, se torna parte da cultura do Parkour.
“Não adianta. Se eu for cumprimentar alguém e no aperto de mãos eu sentir aquela pele de bebê, lisinha, automaticamente eu não dou um real pela movimentação daquela pessoa ou pelo Parkour que ela pratica. Pode me jurar de pé junto que treina cinco vezes por semana e que sobre muro de 7 metros. Dificilmente engolirei alguma palavra. Até hoje não encontrei um só praticante fanático por Parkour que não tivesse calos grossos ou estourados na base dos dedos e na palma da mão.”
(by Duddu em “O Corpo Fala”)
Engraçado você não entender o significado desses movimentos. Você faz a mesma relação que a maioria faz com o Planche e o Climb-Up só que com os calos na mão. Por isso Planches e Climb-Ups são “valorizados”. Os veteranos pela vitoria pessoal os iniciantes buscando aceitação.
Semelhante aos calos, um Planche ou Climb-Up também pode mostrar – e para uma galera mostra – o quanto você treina ou treinou. Lembrando que tanto um quanto outro “símbolo” do esforço falham – ou eu posso dizer o quanto você treina corrida pelos calos das mãos?
Não sou a favor da “exacerbação” de um movimento, mas entendo e acho que você não. Não se trata apenas de modismo, há um sentido. Por isso resolvi chamar atenção para o “outro lado da moeda”.
Sobre mulheres, Planches e Climb-Ups pretendo comentar assim que puder.
Aaaah não, eu sempre falei isso e todas as vezes elas me xingaram! Agora o Duddu faz uma postagem sobre isso e todas curtem!
Namoral duddu, você é uma menina evoluida, só pode!
Não curto a supervalorização de nada, mas como pessoa (independente de gênero) que está exatamente nesse processo, sinto-me no direito de comentar. Existe uma grande diferença entre: supervalorizar e valorizar. Acho que nós (seres humanos) valorizamos nossas conquistas e obviamente que as que foram mais difíceis são as que valorizamos mais.
Sinto que muitas meninas postam vídeos onde o ápice é o planche ou um clib up, pois nós realmente sabemos o quanto é PHODA para alguém sem nenhuma força, que não consegue fazer uma barra (aqui vale pra meninos e meninas) evoluir a ponto de fazer um planche. E além do EU CONSEGUI, segue também um “se eu consegui você também consegue”.
Você mais do que ninguém sabe o quanto eu detesto posicionamentos sexistas, mas acho que seria interessante você rever um pouco o seu posicionamento, pois como Fallux postou acima lembrando um post seu que nem é muito antigo, você fez exatamente a mesma coisa que está condenando.
Concordo quando você fala da utilidade do planche, mas dentro da nossa trajetória no parkour acredito que o planche tem muito mais que ver com superação, com treino árduo do que com o sentido literal da palavra utilidade, afinal, nós nunca vamos saber quando o que fazemos realmente será útil.
Ps: Eu concordo com o Ícaro, só tiro o evoluída.
Pow, me sinto bastante satisfeito de ver opiniões diferenciadas sobre o que escrevo aqui. De fato, as postagens no meu blog são frutos de questionamentos internos e de minha vivência, então por vezes eu não tenho com quem debater sobre isso e fico passível de não enxergar outros pontos de vista.
Com a manifestação de vocês dá pra eu ter uma visão externa. Brigadão pelos comentários. E logo abaixo vou tentar comentar os que ficaram com pontas soltas.
@Luiz Cesar
Eu acredito sim no determinismo empregado pela condição genética. A plasticidade feminina, a flexibilidade natural e a suavidade que seus hormonios impoem ajudam a separar atividades másculas de femininas. Por exemplo, a evolução no ballet é muito mais fácil de ser atingida por mulheres, ao par que halterofilismo por homens.
Não acredito que isso seja um fator cultural, mas orgânico. Não é motivo de segregação também, mas de compreensão.
No que se refere ao Parkour eu acho que é a ferramente ideal pro universo feminino. Porque ele traz uma independencia física que quebra inúmeros desses obstáculos geneticos. A mulher torna-se dona do vigor físico do próprio corpo, e pra elas, considerando o universo de uma forma geral, isso é mais raro do que para os homens (uma vez que somos obrigados a desenvolver o físico por diversos outros motivos que vão desde a necessidade de destaque entre os demais até a extravasão da "força" cedida pea testosterona).
Se eu fosse uma menina, e quisesse uma atividade que me tornasse livre e igual, com certeza eu optaria pelo Parkour.
@Rafael Sotero
Butuí, eu acho que isso que falou seja justamente um divisor de águas. Não só para mulheres, mas para homens também. As vezes nos prendemos tanto a um conceito (no caso, climb e planche) que acabamos por deixar de valorizar todo o resto do processo.
Obviamente as pessoas tem o direito de fazer isso. Mas eu, por exemplo, não considero que "treinei parkour" com alguém que passou o treino inteiro somente em cima de uma barra.
@Fallux
não considero que errei em me colocar como exemplo lá em cima. Eu climbei e planchei no primeiro dia não por milagre mas sim porque minha vivência me preparou para isso. Não se esqueça que meus anos de GO foram anos de trabalho e suor e não algo que veio magicamente de graça. Adentre qualquer recinto escolar e verá que mulheres optam mais por esportes onde se sentem biologicamente mais a vontade. Abra aulas de halterofilismos e verá que a maioria dos inscritos são homens. Abra de ballet, e você irá penar pra encontrar um homem.
Acho que você inverteu o pensamento que eu transmiti. Não é que eu considere os movimentos “um nada”, eu apenas não considero “um tudo”, como é comum vermos acontecer. Um planche reto não me diz que você é um bom tracer, me diz que você é um especialista nessa técnica.
Quando você quota o que eu disse no “O Corpo Fala” sinto que acabou por criar um problema gigantesco de comparação. Quando me refiro aos calos, eu me apego a uma CONSEQUÊNCIA e DESGASTE recorrente de VARIADOS tipos de treino. Calos provêm de subidas de muro, quadrupedais, saut de chats, cat-leaps, planches, laches, botes, climbs e tudo mais que você utilize as mãos para fazer atrito. Ou seja, se você os tem, e treina parkour, é MUITO PROVÁVEL que você seja uma pessoa que treina isso tudo que eu falei. Refiro-me aqui a uma marca física por esforço.
Quando você compara isso com o climb e o planche em “O Climb e o Planche no Universo Feminino”, você tem uma TÉCNICA EM ESPECÍFICO que é labutada muitas vezes para servir de cartão de visitas. Refiro-me aqui a um treino exclusivo de repetições com intenção de formar especialistas em uma determinada movimentação.
Como pode notar, não é justo você comparar uma coisa com a outra.
Ao contrário do que você me acusou, eu não disse que não compreendo o significado deles. Ao contrário, se me propus a escrever um artigo sobre é justamente por ter segurança de escrever sobre ele. Eu sei exatamente o valor que as duas movimentações exercem para o público feminino (e deixei isso exposto no texto):
“Mas embora a superação dessa maldição seja sim um troféu, eu só concedo meu respeito por ele uma única vez. Depois disso se torna obrigação.”
Como pode ver, considero sim um marco. Um presente. Mas não o considero como determinante de um bom praticante. É algo muito pequeno pra mim se comparado com o universo completo de movimentação e desenvolvimento que o Parkour exige.
Espero sua análise sobre o restante. Pedi opiniões de várias pessoas do meio da educação física e é interessante como elas variam.
@Ana
Em algum momento nesse texto eu passei a idéia de não valorização ao climb ou planche das traceuses? Ao contrário: acho que deixei bastante claro a quantidade enorme de obstáculos que são vencidos por vocês durante esse processo de superação (incluindo os biológicos).
Como você bem colocou, “Existe uma grande diferença entre: supervalorizar e valorizar”. O que acho que estão se esquecendo (e aqui inclui você) é que criticar a supervalorização não é não valorizar. Acho lindo o vídeo do 1º planche. Acho horrível o vídeo do 22º. Valorize suas conquistas sim! Mas não as supervalorize. Principalmente quando ela ainda é muito pouco dentre o universo que está inserido (valor pessoal são outros 500).
De fato o que você citou é verdade: “eu consegui e você pode também”. É essa a mensagem que esses vídeos passam: SOMENTE da primeira vez. Após o primeiro impacto, o que se segue são atestados de: “nossa... veja como eu estou boa no parkour”. E assim... ao menos pra mim... fazer um planche rápido ou forte não é estar bem no parkour.
Não concordo que meu texto foi sexista. Ao contrário, desde a primeira linha me comprometi em tratar o assunto com bastante respeito e com cuidado máximo com as escolhas das palavras (até porque ao criticar da forma que fiz, coloquei o meu na reta e me tornei passível de ódio pelo Parkour Feminino UHUHUHAHUA). Acredito que tanto o que você comentou, quanto o que fallux disse, é passível de releitura com pausas em determinados trechos do texto. Vocês estão analisando pela ótica errada e as comparações não estão lá muito coerentes (no caso do fallux; se puder leia minha resposta a ele).
E pra deixar claro e sem pontas soltas: a minha crítica no texto não foi “Olha, suas bobas parem de fazer videozinhos de planche e climb que isso daí não é nada”, mas sim “Que foda! Conseguiu? Agora vamos nos dedicar ao restante que visivelmente você está precisando?”.
Acredito que se tornar traceuse é sair do conformismo, mas acredito também que se prender a duas técnicas é conformismo também. Por mais que isso, pessoalmente, seja símbolo de superação ou o escambau. Cantor de uma música só pra mim não é cantor.
Continuando...
Sobre Mulheres, Planches e Climb-Ups
Discordo quando utiliza a limitação genética como argumento. Não confundir propensão genética com determinação genética (que não existe). O fato de homens terem propensão genética para força, não quer dizer que homens são mais fortes que mulheres.
Fisiologicamente, mulheres e homens têm semelhante potencial para desenvolver suas capacidades. Sabemos que os hormônios são produzidos por ambos os sexos, no entanto em quantidade diferentes. Talvez aqui você pudesse fundamentar seus argumentos ... poderia se não fosse a quantidade de variáveis envolvidas.
Mulheres não produzem a mesma quantidade de TH, que sinaliza a produção/liberação GH e fatores de crescimento (IGF-1, MGF, TGF)... ok. No entanto, mulheres são mais sensíveis ao GH (resposta ao hormônio) e estimulam sua produção por outras vias e hormônios (a fadiga muscular, a progesterona, IGF-1 a partir da insulina, etc..).
Talvez possa afirmar: Exceto em alto nível as diferenças de capacidade NÃO são genéticas. Corrigindo! As diferenças/limitações de capacidade genotípicas ou fenotípicas – se admitir que fatores sócio-culturais não são ambientais – independem do sexo.
Concordo com o Luis Cesar. O que restringe mulheres, neste caso, é sociocultural. Por muito tempo (inicio em Roma) as atividades foram divididas entre os sexos.
Vivemos em uma sociedade preconceituosa machista/sexista e nós sabemos que os padrões dessa sociedade influenciam escolhas de homens e mulheres. Na boa Duddu explica como esperar que, em uma sociedade machista que diz que: “Ballet é coisa de menina e homem que dança Ballet é viado”, o contingente de bailarinOs seja grande ou próximo do de bailarinAs? Lembre que homossexuais estão sendo espancados sem justificativa.
Não esquecer que o padrão de beleza feminina também não admite corpos fisicamente desenvolvidos, elas teriam corpos “masculinizados”.
Assim, o estilo de vida imposto – “aceito” – (nível de esforço físico, quantidade de trabalho, etc...) é o maior responsável pelas dificuldades femininas. Natural que meninas, quando rompem com essa realidade, tenham dificuldade.
Treinei com varias meninas e percebo dificuldades especificas, não saber correr, não saber saltar, não saber escalar, por nunca terem vivido – ou vivido muito pouco – essas experiências corporais.
A falta de aptidão se resolve com TREINO, treinei com meninas que nunca fizeram uma barra na vida e em 2 semanas fizeram sua primeira barra.
Acho que você não tem noção disso! Mas, conversei com algumas meninas e algumas repensaram o seu treino. Ou melhor, pararam para pensar por que treinam parkour.
Tati, acredito que seu comentário foi o maior presente que essa postagem poderia me dar. Nunca é tarde demais, cedo demais ou suficiente demais fazer esse questionamento.
Acho que as vezes caimos na mesmice e por isso não paramos para concatenar as idéias e nem concedemos tempo pra amadurecer os aprendizados que os treinos estão nos fornecendo.
Que ótimo que a postagem fez meninas pensarem! Era essa a intenção.
=)
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