sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Proibição do Parkour em Escolas e Clubes




Resumo do que o texto tenta transmitir:

"OK, galerinha, eu sei que vocês tem seus motivos pra acreditar nas legalizações disso ou daquilo, e eu posso até apoiar x ou y; mas eu peço, de coração, que vocês estudem antes de saírem por aí tentando mudar a opinião alheia, caso contrário vocês não convencerão uma alma viva".
Em qualquer momento de nossa história, sempre que for preciso lidar com o que nos é estranho, diferente ou desconhecido, teremos que lidar também com o surgimento de preconceitos. Por se tratar de uma atividade recente e que não se encontra ainda fixada na sabedoria popular, a prática do Parkour é muitas vezes marginalizada, mal compreendida e proibida sem necessidade.

Em ambientes escolares e clubes, a problemática torna-se ainda mais conflitante: o papel educacional da instituição é educar para a vida e incentivar a práticas que conduzam a uma vida saudável. Porque então proibir uma atividade que pode provocar tantos benefícios? Parkour trabalha, além do desenvolvimento de todas as valências físicas do corpo humano, o reconhecimento do praticante enquanto cidadão assim como o aprimoramento de sua consciência moral. Não faz sentido se posicionar de forma contrária a isso.

Em pratos limpos, o que acontece é o medo de abraçar o desconhecido. Ao invés de procurar andar de mãos dadas com uma nova ferramenta de ensino, algumas entidades preferem ignorar o histórico e os benefícios da prática e instaurar uma absurda proibição. Absurda porque o coração do Parkour é a comunicação do praticante com o meio em que se encontra. Coibir sua prática é reprimir a noção de consciência espacial e reprimir o desenvolvimento motor do ser humano. Enxergo nisso uma medida totalmente arbitrária.

Óbvio que muitas vezes os ditos praticantes não são pessoas instruídas na atividade e que, pelo mau comportamento empregado, faz-se necessário um posicionamento mais enérgico da direção dos estabelecimentos. Mas acredito que o papel educacional nos ensina a incentivar o conhecimento ao invés de ignorá-lo.

A medida positivista que é esperada de uma instituição que promove o ensino e o lazer deveria ser a busca de pessoas qualificadas e preparadas para retransmitir esse conhecimento sem causar danos: nem aos pretensos iniciantes nem ao patrimônio. O Parkour tem muito a oferecer. É uma ferramenta educacional ainda muito pouco explorada. Mas se não abrirmos o espaço para que ela seja desenvolvida, estaremos marginalizando uma atividade que nasceu para revolucionar o modo como o ser humano encara o meio em que vive, e por tabela, os futuros praticantes e cidadãos.

2 comentários:

Tatiana Maria disse...

Calma! Deixa eu tentar entender... onde tem ocorrido essa proibição?

Duddu Rocha disse...

Em Curitiba tem sido uma constante. Aqui em Aracaju já sentimos o mesmo impacto em escolas públicas onde temos praticantes da associação.