sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A Legalidade do Ato de Pensar


Resumo do que o texto tenta transmitir:
 
"OK, galerinha, eu sei que vocês tem seus motivos pra acreditar nas legalizações disso ou daquilo, e eu posso até apoiar x ou y; mas eu peço, de coração, que vocês estudem antes de saírem por aí tentando mudar a opinião alheia, caso contrário vocês não convencerão uma alma viva"."

 
Não é de agora que tenho notado uma consistência nos jovens brasileiros na busca por legalidades. De um tempo para cá parece até uma praga: pra onde viro o cara encontro uma opinião inflamada cada vez em rostos mais jovens. E quando falo jovem é de pirralho com 12 anos... Já foram variados os temas levantados por essa cambada: aborto, maconha, casamento homoafetivo, menoridade penal... Mas o que também pude observar é que na maioria das vezes encontrei não alguém lutando coerentemente por um direito e sim uma juventude rebelde fazendo o papel bobo no que mais sabem: rebelar-se não importa como e contra o quê.

Defender a legalidade da maconha é uma pauta diária. Eu não consigo ir para um treino, abrir uma rede social ou sentar em uma mesa com amigos sem que esse assunto brote das catacumbas.  Na maioria das vezes, a maconha é defendida por já usuários, por pessoas que escondem o vício dos familiares e/ou por pessoas que circulam com grupos onde todos fumam. A legalidade é buscada por eles porque o ato de não fumar torna a pessoa “careta”, inibe a “liberdade de expressão” e porque jovem nenhum gosta de ser proibido de nada. Acredito que se a maconha fosse liberada desde sempre eles inclusive encontrariam qualquer outra coisa para se rebelar. Porque para eles se rebelar dá status e agrega valor.

Já a defesa da legalização do aborto é bastante comum por pessoas que transam com frequência sem camisinha e por pessoas que já correram riscos de gravidez indesejada: pessoas despreparadas para ser pais e que já passaram noites em claro a espera do resultado de um exame de gravidez. A grande parcela e maioria desses defensores não pensam nas causas mais “nobres” como a utilização do aborto em casos de má formação fetal ou em gestações que coloquem em risco a vida da mãe. O importante é a resolução imediata do seu problema e, é claro, a satisfação da sua vontade de se rebelar.

Pessoalmente eu não tenho nada muito grave contra o uso da maconha. Eu não sou usuário, não me incomodo com o cheiro dela e sei que ela inclusive é menos nociva a saúde do que o cigarro (que é legal). O meu problema com ela, além do fato de ser crime, é que boa parte das pessoas que a defendem são pessoas imbecis. A grande maioria são pessoas incapazes de enxergar os lados de uma mesma moeda e de compreender algo que vá além do seu umbigo. Manja uma porta? São elas. Daqueles bem tapadas!

O mesmo se refere ao aborto: estão tão interessados em satisfazer um ego e uma necessidade, que esses “defensores” na verdade é que mereciam ser os verdadeiros abortados. É muito fácil ser a favor de uma causa em beneficio somente de si. Mas quantos estão dispostos a estudar, avaliar critérios, dados e impactos de ações, para enfim tomar um partido? Quantos gastaram 10 minutos de seu dia para ler uma análise clínica, um ensaio bem escrito ou um artigo sobre o tema? Acho que esses energúmenos não leem justamente por serem incapazes de entender o próprio idioma.

Eu reconheço, é claro, que existem militantes legítimos dessas causas. Pessoas que possuem um ponto de vista coerente e que lutam por uma sociedade de direitos mais justos. Conversar com vocês é sempre algo maravilhoso. Mas convenhamos, meu(inha) querido(a)... metade ou mais das pessoas que te seguem são retardados mentais. Infelizmente vocês, os legítimos conhecedores, são minoria. Pode ir chorar ali no cantinho...

A maconha poderia ser legal. O aborto, em casos extremamente controlados, poderia ser legal. E diversas das reivindicações que são feitas pela humanidade hoje em dia, poderiam sim ser legalizadas também. O problema é que o ser humano (e principalmente esses jovens) não sabe usar corretamente ainda o bom senso e nem direitos básicos que já possuem. Então para que diabos criar uma cobra que vai morder a gente? Nem a cabeça pregada no pescoço eles usam direito e querem defender a legalização de alguma coisa?

Por esse motivo eu abro mão do meu “direito” de fumar maconha. Abro mão também do meu direito de abortar. Tudo isso porque sei que o ser humano ainda não é responsável e nem benevolente o suficiente para arcar com o peso dessas liberações. Eles são burros. Nós somos burros.  E abro mão de minha liberdade por essa prostituição de pensamento toda. Fim de Papo.

Na verdade, você já deve ter percebido que eu sou meio nilista, né? Meu pai fica com raiva quando eu digo isso, mas por mim o ser humano é uma praga e se eu pudesse apertar um botão de “matar todo mundo e começar do zero” eu acho que apertaria, porque a gente faz muita coisa errada... puta que pariu!

Faz o teste: na próxima vez que um amigo seu manifestar opinião a favor da legalização de alguma coisa que exige um mínimo de conteúdo para se debater, pergunte a ele os motivos e de onde vem sua inspiração para isso... você, assim como eu, pode se surpreender com tanta babaquice.

E, comprovando o ser humano babaca que eu sou, eu lanço aqui então a minha campanha: A legalização do ato de pensar. Já passou da hora de exercemos esse direito e deixarmos de ser tão medíocres, egocêntricos e inconsequentes.