Durante a elaboração desse encontro nos fomos questionados: “Porque um nome tão feio e com erro de português?” e ouvi ainda conselhos do tipo “Com um nome melhor vocês conseguem mais patrocínios.”. A explicação:
Em 2008 aconteceu a primeira edição. Nessa época eu fazia mais treinos fora do estado do que aqui em Sergipe. As pessoas que tinham começado a treinar comigo subitamente encontraram coisas mais importante pra fazer; e os até então “atuais” não levavam os treinos a sério e só apareciam de vez em nunca. Não havia comprometimento e por isso eu viajava quase todos os finais de semana.
Por esse motivo, não me lembro se o Edi ou o Bata, teve a brilhante idéia: “Você viaja tanto pra treinar nos nossos picos, agora é nossa vez de ir todo mundo treinar nos seus. Se vire!”. Me desesperei quando esses idiotas convidaram gente de 3 estados pra vir pra vir pra Aracaju.
Eu era sozinho, não tinha estrutura e não fazia idéia de como me organizar. Mas a vontade de ter essas pessoas por perto e na minha cidade era superior ao medo de dar tudo errado. Corri que nem um doido e arrumei uma casinha pra alugar que serviu de abrigo pra todo mundo (no café, pão com mortadela... e no almoço, pão com mortadela). HUAUHHUAHUAAHUHUHUA!
O encontro foi inesquecível, mas até o último dia ele não tinha um nome (encontro é apenas uma desculpa para rever os amigos). Numa das muitas conversas eu soltei: “Isso aqui tá mais pra um encontro amiguense”. O nome pegou e no ano seguinte eu já escutava a cobrança de pessoas que nem tinham vindo pro primeiro: “Quando terá de novo um Amiguense de Duddu?”.
Dois anos se passaram. As pessoas amadureceram, o Parkour Aracaju e o evento também. Na terceira edição que aconteceu no último final de semana, disponibilizamos:
- Alojamento com colchões, banheiro e ar condicionado para todos os participantes (inclusive os de Aracaju);
- Almoços e camisas gratuitas;
- Água acessível nos alojamentos e treinos;
- Ônibus fretado para transporte dos tracers pro treino de madrugada;
- Autorizações para treinos em todos os picos que precisamos;
- E fomos buscar pessoalmente cada um na rodoviária.
E tudo isso apenas pelo prazer de receber elas em nossa casa. Desde antes da organização do evento dissemos: “Só se preocupem com o dinheiro da passagem e com as demais alimentações.”. O resto, a gente banca.
Sergipe é o menor estado do Brasil e ainda assim conseguimos com nossa iniciativa trazer 35 pessoas de fora pra treinar e conviver. Estatisticamente isso é muito!
O Amiguense não é um encontro exclusivo da panela. É um encontro que tem como objetivo tratar todos os participantes como amigos e deixar bem claro: “Venha! A gente faz questão de ter você aqui com a gente!”. E isso não é da boca pra fora. Dos 35 visitantes eu já conhecia 30. São amigos encontrando amigos e fazendo novos amigos. E é claro que isso regado a treinos de Parkour até o seu corpo dizer que não agüenta mais (que foi justamente o que aconteceu com a maioria).
Depois de tudo isso eu não posso acabar a postagem sem tocar na ferida de muitos:
Não gosto de gringos-showman porque isso claramente desvia o foco dos treinos para a “estrela” e serve como catalizador de moda-cabeça-de-bosta pro evento.
Não gosto de mídia porque ela torna o ambiente tenso e inibe a espontaneidade dos participantes. Quando é utilizada com bom senso ela é uma mão na roda e ajuda a melhorar a condição do Parkour na cidade e no Brasil. Mas não é isso que normalmente vemos acontecer.
Não gosto de cobrar taxas porque isso claramente limita a chance de mais pessoas vir ao evento. Treino com pessoas maravilhosas e que não tem dinheiro nem pra pagar o ônibus pra sair de casa pra treinar, imagine o que falar de um amigo que mora em outra cidade e que já tem que se preocupar com a saída de seu estado.
Um bom encontro de Parkour, pra mim, reside na felicidade e na descontração durante todo o evento. É você abrir as portas e um sorriso para que todas as pessoas, sem restrição de poder aquisitivo, naturalidade ou qualquer outro meio de segregação, possa participar e doar um pouco de si ao evento.
Diferente do que muitos argumentam, é possível sim fazer um encontro de qualidade, bem organizado e com objetivo único e exclusivo de reunir praticantes, treinar pra caralho, ser feliz pra caralho e com tudo isso acontecendo gratuitamente.
Acabamos de provar isso (novamente) no último final de semana. E olha que o patrocínio que arrecadamos (batendo de porta em porta e recebendo vários “nãos”) não seria suficiente pra pagar nem a ida de um gringo até o aeroporto.
Como já dito milhões de vezes nesse blog, essa é apenas a minha opinião. Não sou "o" certo. Não sou contra o que fazem os organizadores de eventos de Parkour (até porque a grande maioria eu conheço e são grandes amigos). E muito menos estou dizendo que me recuso a ir a eventos que não se enquadrem em meus termos.
Se prestar atenção lá em cima eu disse que “não gosto”. Apenas isso.
Muitas vezes prefiro ir pro encontro Pirapozinho de Parkour anunciado no blogspot dos meninos, do que pro Brazilian-Senegal International Parkour Meeting. Não diminuindo o mérito de um em função do outro, mas afirmando claramente onde eu me sentiria melhor adaptado.
Enquanto puder, eu vou continuar fazendo meu 110% pelos encontros que realizar, pelo Parkour e pelos tracers. E estou muito feliz em ver que existem pessoas dispostas a fazer o mesmo.
Em 2008 aconteceu a primeira edição. Nessa época eu fazia mais treinos fora do estado do que aqui em Sergipe. As pessoas que tinham começado a treinar comigo subitamente encontraram coisas mais importante pra fazer; e os até então “atuais” não levavam os treinos a sério e só apareciam de vez em nunca. Não havia comprometimento e por isso eu viajava quase todos os finais de semana.
Por esse motivo, não me lembro se o Edi ou o Bata, teve a brilhante idéia: “Você viaja tanto pra treinar nos nossos picos, agora é nossa vez de ir todo mundo treinar nos seus. Se vire!”. Me desesperei quando esses idiotas convidaram gente de 3 estados pra vir pra vir pra Aracaju.
Eu era sozinho, não tinha estrutura e não fazia idéia de como me organizar. Mas a vontade de ter essas pessoas por perto e na minha cidade era superior ao medo de dar tudo errado. Corri que nem um doido e arrumei uma casinha pra alugar que serviu de abrigo pra todo mundo (no café, pão com mortadela... e no almoço, pão com mortadela). HUAUHHUAHUAAHUHUHUA!
O encontro foi inesquecível, mas até o último dia ele não tinha um nome (encontro é apenas uma desculpa para rever os amigos). Numa das muitas conversas eu soltei: “Isso aqui tá mais pra um encontro amiguense”. O nome pegou e no ano seguinte eu já escutava a cobrança de pessoas que nem tinham vindo pro primeiro: “Quando terá de novo um Amiguense de Duddu?”.
Dois anos se passaram. As pessoas amadureceram, o Parkour Aracaju e o evento também. Na terceira edição que aconteceu no último final de semana, disponibilizamos:
- Alojamento com colchões, banheiro e ar condicionado para todos os participantes (inclusive os de Aracaju);
- Almoços e camisas gratuitas;
- Água acessível nos alojamentos e treinos;
- Ônibus fretado para transporte dos tracers pro treino de madrugada;
- Autorizações para treinos em todos os picos que precisamos;
- E fomos buscar pessoalmente cada um na rodoviária.
E tudo isso apenas pelo prazer de receber elas em nossa casa. Desde antes da organização do evento dissemos: “Só se preocupem com o dinheiro da passagem e com as demais alimentações.”. O resto, a gente banca.
Sergipe é o menor estado do Brasil e ainda assim conseguimos com nossa iniciativa trazer 35 pessoas de fora pra treinar e conviver. Estatisticamente isso é muito!
O Amiguense não é um encontro exclusivo da panela. É um encontro que tem como objetivo tratar todos os participantes como amigos e deixar bem claro: “Venha! A gente faz questão de ter você aqui com a gente!”. E isso não é da boca pra fora. Dos 35 visitantes eu já conhecia 30. São amigos encontrando amigos e fazendo novos amigos. E é claro que isso regado a treinos de Parkour até o seu corpo dizer que não agüenta mais (que foi justamente o que aconteceu com a maioria).
Depois de tudo isso eu não posso acabar a postagem sem tocar na ferida de muitos:
Não gosto de gringos-showman porque isso claramente desvia o foco dos treinos para a “estrela” e serve como catalizador de moda-cabeça-de-bosta pro evento.
Não gosto de mídia porque ela torna o ambiente tenso e inibe a espontaneidade dos participantes. Quando é utilizada com bom senso ela é uma mão na roda e ajuda a melhorar a condição do Parkour na cidade e no Brasil. Mas não é isso que normalmente vemos acontecer.
Não gosto de cobrar taxas porque isso claramente limita a chance de mais pessoas vir ao evento. Treino com pessoas maravilhosas e que não tem dinheiro nem pra pagar o ônibus pra sair de casa pra treinar, imagine o que falar de um amigo que mora em outra cidade e que já tem que se preocupar com a saída de seu estado.
Um bom encontro de Parkour, pra mim, reside na felicidade e na descontração durante todo o evento. É você abrir as portas e um sorriso para que todas as pessoas, sem restrição de poder aquisitivo, naturalidade ou qualquer outro meio de segregação, possa participar e doar um pouco de si ao evento.
Diferente do que muitos argumentam, é possível sim fazer um encontro de qualidade, bem organizado e com objetivo único e exclusivo de reunir praticantes, treinar pra caralho, ser feliz pra caralho e com tudo isso acontecendo gratuitamente.
Acabamos de provar isso (novamente) no último final de semana. E olha que o patrocínio que arrecadamos (batendo de porta em porta e recebendo vários “nãos”) não seria suficiente pra pagar nem a ida de um gringo até o aeroporto.
Como já dito milhões de vezes nesse blog, essa é apenas a minha opinião. Não sou "o" certo. Não sou contra o que fazem os organizadores de eventos de Parkour (até porque a grande maioria eu conheço e são grandes amigos). E muito menos estou dizendo que me recuso a ir a eventos que não se enquadrem em meus termos.
Se prestar atenção lá em cima eu disse que “não gosto”. Apenas isso.
Muitas vezes prefiro ir pro encontro Pirapozinho de Parkour anunciado no blogspot dos meninos, do que pro Brazilian-Senegal International Parkour Meeting. Não diminuindo o mérito de um em função do outro, mas afirmando claramente onde eu me sentiria melhor adaptado.
Enquanto puder, eu vou continuar fazendo meu 110% pelos encontros que realizar, pelo Parkour e pelos tracers. E estou muito feliz em ver que existem pessoas dispostas a fazer o mesmo.
Obrigado a todos por mais um Amiguense inesquecível!